Renato Negrão
Um texto de Thadeu Santos que o facebook me lembou.
A narração de um jogo de tênis, numa quadra de tênis onde eram jogados vários pares de tênis. As duplas disputam a partida plasticamente, repetindo os movimentos atléticos e o esforço de jogadores profissionais da ATP. A proposta é uma transposição visual para o trocadilho -- a própria palavra tênis --, semelhanças de ocorrências sonoras que, naquele jogo, podiam ser expressadas para além da sonoridade. Essa performance de Renato Negrão, chamada Partida do sensível, dá algumas pistas da inventividade inquieta e provocativa que marca seus trabalhos. Sua especialidade é ter como ponto de partida o comum e o universal para alcançar o indefinido e o rompimento. O método: falha, erro. Negrão é um artista em constante rotatividade, testando e reinterpretando seu próprio repertório – da canção ao poema, da postagem à fala. O resultado disso é sempre outra coisa, desassociada da estabilização e da normalidade, seja performance, visualidade, literatura ou show.
